Hoje é dia 08 de março de 2010, Dia Internacional das Mulheres, data que celebra o início de manifestações, na Europa e nos Estados Unidos, pelo direito ao voto e a melhores condições de trabalho no início do século XX.
Antes, lutamos pelo direito ao voto. Hoje, já votamos e conscientemente. Também já temos condições de trabalho equiparadas às dos homens, apesar de muitas vezes ganharmos salários menores, o que vem se modificando nos últimos anos.
A luta da mulher, nos dias atuais, não se resume a uma equiparação de gêneros. Resume-se, sim, a tentar, agora que equiparados os gêneros, criar condições para conseguirmos sobreviver sem violar a nossa natureza. Afinal, somos mulheres, e não homens. Pensamos como mulheres e sentimos como tais.
Fruto dessa liberdade conquistada a suor e lágrimas, hoje estamos inseridas no mercado de trabalho, cursamos universidades e publicamos teses, ganhamos Oscar, vestimos calças quando bem entendemos, criamos os filhos sozinhas e também fazemos sexo sem amor. Ok, conquistas impagáveis.
Porém o que se vê por aí, nas ruas, no dia-a-dia, é uma tremenda perda da identidade feminina. Trabalhamos tanto que não temos tempo de cuidar de nós mesmas e de quem amamos da maneira como gostaríamos. Estamos sempre culpadas por sentir que estamos deixando de fazer algo ou de dar atenção para alguém. Sentimos vergonha da nossa feminilidade; a escondemos, disfarçamos. Tentamos pensar com a cabeça de homens. Deixamos as amigas de lado. Empobrecemos nossos sentimentos e nossas exigências a troco de um pouco de afeto para amenizar a carência e a solidão que surgem em decorrência do trabalho exaustivo e da falta de tempo. E com isso, lotamos os consultórios dos terapeutas.
Claro, não é a regra. Somos ótimas, sim! Lutamos contra isso. Mas devemos lutar mais, a cada dia que nasce, para resgatar os valores que nos tornam tão especiais e diferenciadas. Enxergar que não é sinal de fraqueza ser feminina, delicada, sensível, chorona ou mesmo neurótica, mas sim que tais características nos tornam únicas e especiais.
Hoje, Dia Internacional da Mulher, dedico os meus pensamentos positivos a todas as grandes mulheres que eu conheço: minha mãe e minhas avós, que sentiram na pele as mudanças do século XX e nem por isso esmoreceram; minhas irmãs, que construíram famílias felizes e saudáveis, cada uma a seu jeito e com seus ideais; minhas sobrinhas, recém chegadas no universo adulto, a quem eu desejo do fundo do coração que a vida seja boazinha; minhas amigas, grandes amigas, que já me deram tantos ombros, tantos conselhos, que são as parceiras eternas na alegria e na beira do abismo; as poetas, cantoras, bailarinas, escritoras, todas que já me fizeram sonhar, criança ou adulta, e que alimentaram o meu amor pela arte; minhas companheiras de Jus Mulher, a quem eu abracei, uma a uma, hoje pela manhã, que dedicam parte do seu tempo, conhecimento e do seu afeto para amenizar a dureza da vida de mulheres marginalizadas; enfim, todas as mulheres que acordam cedo, preparam o café, saem pra rua, suam, fazem ginástica, estudam, lêem, pensam, amam, sofrem, sentem culpa e que, ainda no meio de tudo isso, estampam sempre um sorriso no rosto.
Parabéns mulheres, hoje o dia é nosso!
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