Eu tenho uma paixão declarada e palpitante por Vinicius de Moraes. Não só por ele, pela bossa nova em geral, Chico, Tom, Toquinho, Baden. Mas principalmente por Vinicius. É uma coisa louca que mexe com a parte mais profunda de mim, me emociona, me dá vontade de rasgar meu peito e viver só de amor.
Há alguns anos, quando lançou no cinema, fui assistir o filme "Vinicius", de Miguel Faria Jr., e passei o tempo todo com os olhos marejados. Detalhe: como ninguém achou um programa muito animado (afinal, o amor é brega...), acabei indo no cinema sozinha e sentei ao lado do David Coimbra (da Zero Hora), que escreve muito bem e é boêmio declarado... passei todo o tempo com uma vontade de cutucá-lo e dizer: "tu tá vendo isso David, que coisa linda!"... só não fiz porque ele tava com a mulher do lado e fiquei com medo de levar uma justa bofetada.
Enfim, lembrei disso porque ontem de noite assisti pela milésima vez o filme, desde que ganhei o dvd (presente da minha irmã querida, Elisa)... e, mais uma vez, me apaixonei por Vinicius, pela música e pela poesia.
Rubem Braga conta no filme que Vinicius começa fazendo poesia inspirado no catolicismo francês, "mas aquilo não é ele... então pouco a pouco ele vai se convertendo em Vinicius de Moraes e vai virando brasileiro, e aí vai além dos outros.... vários se voltaram para a cultura popular, mas ele cai no esculacho e vai além, esse é Vinicius".
Vinicius foi um bom poeta e foi um poeta popular, dos poetas brasileiros foi um dos mais traduzidos, era apegado à métrica, à rima, é o poeta que está inserido na tradição. "Mas exatamente por causa dos recursos formais e técnicos que tinha, se aproximou como nenhum outro do que os modernistas queriam, da vida cotidiana, da frase coloquial, do prosaico" (Antonio Candido).
Era um camarada que viveu de paixões... se alimentava e alimentava a poesia das paixões... queria sempre se apaixonar loucamente... quando uma mulher não dava mais paixão pra Vinicius, ele trocava, trocava por outra que despertasse nele uma paixão com fundamento... ele precisava do precipício da paixão. Casou-se nove vezes, sempre em busca da paixão. Sabia que o amor eterno era inalcançável, tanto que escreveu o que hoje é um lugar comum na cultura brasileira: "...que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".
Vinicius ia em frente, mas apesar disso não saía de um casamento facilmente... sofria, ia ficando ausente. Dizem que Vinicius era capaz de tudo, de qualquer baixeza pra conquistar uma mulher, dado importantíssimo da personalidade dele... porque não era pra conquistar por conquistar, mas pra ter de novo a chama que alimentava a sua poesia. Era debochado, insolente, desapegado das coisas materiais, tinha amor pelos amigos, gostava de casa cheia, de gente, de boa música. Desfez sua carreira no Itamaraty pra viver de sua poesia.
Cada vez que eu revejo o filme ou releio alguma poesia ou citação do Vinicius, meu peito aperta e me dá uma vontade de viajar no tempo, de viver toda aquela musicalidade, de me alimentar de amor, de ser inconsequente, me perder de paixão, morrer de ciúmes e me entregar de corpo e alma, viver um amor embalado à bossa nova e grandes precipícios.
Cafona? Pode até ser. Mas que dá vontade, dá.
"De manhã escureço, de dia tardo, de tarde anoiteço, de noite ardo". Vinicius de Moraes.
Há alguns anos, quando lançou no cinema, fui assistir o filme "Vinicius", de Miguel Faria Jr., e passei o tempo todo com os olhos marejados. Detalhe: como ninguém achou um programa muito animado (afinal, o amor é brega...), acabei indo no cinema sozinha e sentei ao lado do David Coimbra (da Zero Hora), que escreve muito bem e é boêmio declarado... passei todo o tempo com uma vontade de cutucá-lo e dizer: "tu tá vendo isso David, que coisa linda!"... só não fiz porque ele tava com a mulher do lado e fiquei com medo de levar uma justa bofetada.
Enfim, lembrei disso porque ontem de noite assisti pela milésima vez o filme, desde que ganhei o dvd (presente da minha irmã querida, Elisa)... e, mais uma vez, me apaixonei por Vinicius, pela música e pela poesia.
Rubem Braga conta no filme que Vinicius começa fazendo poesia inspirado no catolicismo francês, "mas aquilo não é ele... então pouco a pouco ele vai se convertendo em Vinicius de Moraes e vai virando brasileiro, e aí vai além dos outros.... vários se voltaram para a cultura popular, mas ele cai no esculacho e vai além, esse é Vinicius".
Vinicius foi um bom poeta e foi um poeta popular, dos poetas brasileiros foi um dos mais traduzidos, era apegado à métrica, à rima, é o poeta que está inserido na tradição. "Mas exatamente por causa dos recursos formais e técnicos que tinha, se aproximou como nenhum outro do que os modernistas queriam, da vida cotidiana, da frase coloquial, do prosaico" (Antonio Candido).
Era um camarada que viveu de paixões... se alimentava e alimentava a poesia das paixões... queria sempre se apaixonar loucamente... quando uma mulher não dava mais paixão pra Vinicius, ele trocava, trocava por outra que despertasse nele uma paixão com fundamento... ele precisava do precipício da paixão. Casou-se nove vezes, sempre em busca da paixão. Sabia que o amor eterno era inalcançável, tanto que escreveu o que hoje é um lugar comum na cultura brasileira: "...que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure".
Vinicius ia em frente, mas apesar disso não saía de um casamento facilmente... sofria, ia ficando ausente. Dizem que Vinicius era capaz de tudo, de qualquer baixeza pra conquistar uma mulher, dado importantíssimo da personalidade dele... porque não era pra conquistar por conquistar, mas pra ter de novo a chama que alimentava a sua poesia. Era debochado, insolente, desapegado das coisas materiais, tinha amor pelos amigos, gostava de casa cheia, de gente, de boa música. Desfez sua carreira no Itamaraty pra viver de sua poesia.
Cada vez que eu revejo o filme ou releio alguma poesia ou citação do Vinicius, meu peito aperta e me dá uma vontade de viajar no tempo, de viver toda aquela musicalidade, de me alimentar de amor, de ser inconsequente, me perder de paixão, morrer de ciúmes e me entregar de corpo e alma, viver um amor embalado à bossa nova e grandes precipícios.
Cafona? Pode até ser. Mas que dá vontade, dá.
"De manhã escureço, de dia tardo, de tarde anoiteço, de noite ardo". Vinicius de Moraes.
Eu tive um breve encontro com o Vinicius e o Toquinho,na minha infância,nos anos 70.Eu estava com o meu pai no escritório de uma imobiliaria ao lado da rodovia,no interior de São Paulo.O carro deles quebrou e ali encontraram o telefone mais próximo para buscar auxilio.
ResponderExcluirAs pessoas pessoas passam pela nossa vida e quando nos tocam,transmitem uma centelha daquilo que SÃO.Algumas são tão marcantes que deixam um rastro dessa energia que emanam.Eu me considero marcado pelo toque do Vinicius,dada a imensidão de sua energia.
J.J. benitez em um de seus livros descreve a vida no espaço tempo como um tunel escuro em que a pessoa percorre o caminho carregando uma lanterna que ilumina o presente e as pessoas cruzam seus fachos de luz aleatoriamente conforme se encontram pelo caminho.Algumas caminham no mesmo facho por algum tempo enquanto outras por apenas um piscar de olhos.